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Prosperidade, Sucesso e Felicidade. Três coisas que são extremamente discutidas hoje em dia. A obsessão por essas três coisas tem alimentado a vida e o dia-dia das pessoas. Sempre atingir metas, e acreditar que isso é possível tem estimulado pessoas, instituições e o mercado como um todo a ser cada vez mais agressivo.

Por algum motivo, a felicidade não impulsiona somente a busca pela a prosperidade, ela também promove a luta pelo o reconhecimento. Uma das primeiras citações a respeito do termo felicidade, vem dos Relatos Históricos de Heródoto (historiador grego), em que segundo os relatos, o Sábio Sólon autor da Legislação de Atenas visita o Rei Creso em Sardes, capital da Lídia. Depois de mostrar todas suas riquezas ao Sábio ateniense o Rei o pergunta quem é o Homem mais feliz do mundo. E frustrando suas expectativas, Sólon o responde que os três Homens mais felizes que ele já havia visto, eram Telos, um Líder amado que morreu com glória defendendo sua pátria, e os irmãos Cléobis e Bíton que padeceram por exaustão após carregar sua mãe em uma distância de 45 estádios para que ela chegasse a tempo à uma cerimonia religiosa em homenagem à uma determinada Deusa. Não é preciso dizer que o Rei ficou furioso, e totalmente contrariado com as respostas do Sábio, que foi expulso de seu Palácio imediatamente.

Essa percepção de felicidade faz nos lembrar do Triunfo Romano, e o Memento Mori. Quando um General Romano voltava celebrando seu triunfo em suas campanhas fora do País, na procissão, sempre havia um companheiro ou servo dizendo no seu ouvido, lembres que és mortal.

Na arte, Phillipe De Champaigne, ilustra bem essa ideia. A Pintura Vanitas de 1671, mostra três elementos, uma flor, uma caveira e uma ampulheta. Com a flor representando a nossa vitalidade, a ampulheta representando cada segundo da nossa vida, e por fim a caveira, representando a morte.

A Sociedade Contemporânea está muito longe de conceitos como as sociedades antigas, ou ainda, as sociedades como no período Medieval, onde a principal preocupação era marcada pela forma como ia morrer, e não quando. Uma sociedade centralizada na ideia de ser um espelho de Jesus Cristo, de tomar a Cruz pelo sofrimento, o estímulo ao amor à mortificação, e não quer dizer que isso significa sair a procura de dores à semelhança de um masoquista ou viver de uma forma narcisista. Isso em última análise, fala sobre a ideia de dever, a ideia de que você terá o progresso das virtudes, educando a vontade e praticando o bem com generosidade sem hesitar.

E essa é uma das grandes sacadas, se você acredita que tem tempo em abundância, você sente o desejo ou o relaxamento de deixar certos deveres para depois, com a continuidade desse mau hábito você gasta alguns dias, meses e se for muito irresponsável, toda uma vida.

Nos dias de hoje podemos pensar o que vamos fazer depois de terminar o colégio, onde vamos trabalhar, o que iremos comer no jantar, que carreira seguir, para onde vamos viajar e como iremos viver.

Se analisarmos a expectativa de vida, nos anos 2000 até o ano de 2016, houve um aumento de 5,5 anos. Se analisarmos no período de 100 anos atrás esse número cresce muito mais, isso devido muito mais ao avanço econômico e populacional.

Falar que vamos ser felizes, ou criar fórmulas para isso parece que é uma grande epidemia atualmente. A luta para ser reconhecido, ou parecer feliz, tem uma relação estrita entre a prosperidade e o sucesso. A supervalorização nesses temas muitas vezes deixa de lado as coisas que realmente importa. No livro “A Democracia na América” Alexis de Tocqueville analisa os homens de sucesso, que na época valorizavam o que viam valor, o que entediam, enquanto as coisas que não entediam eram naturalmente desvalorizadas. Essa obsessão pelo sucesso contemporânea se tornou algo muito mais materialista. A falta de amadurecimento demanda muito mais soluções simplistas, do que enfrentar toda a mesquinharia da própria natureza humana. Vemos comerciais em que idealizam um mundo perfeito, limpo, com toda uma estética harmoniosa, com carros perfeitos onde o céu é azul, quando na realidade, acordamos cedo todos os dias, enfrentamos filas intermináveis, um trânsito completamente detestável, para adquirir o principal sonho de consumo de outras pessoas. A Felicidade.

Este texto foi escrito originalmente em 21/02/2020.

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